Marcos 4

14 Ele começou novamente a ensinar à beira do mar, e uma multidão muito grande se reuniu perto dele. Então ele entrou num barco e se sentou, e ficou a certa distância da margem, mas toda a multidão estava em terra, à beira do mar.
2E ele começou a ensinar-lhes muitas coisas com ilustrações. Ensinava-lhes dizendo:
3“Escutem: O semeador saiu para semear.
4Ao passo que semeava, algumas sementes caíram à beira da estrada, e vieram as aves e as comeram.
5Outras caíram em solo rochoso, onde não havia muita terra, e brotaram imediatamente porque o solo não era profundo.
6Mas, quando o sol se levantou, ficaram queimadas e murcharam, porque não tinham raiz.
7Outras sementes caíram entre os espinhos, e os espinhos cresceram e as sufocaram, e elas não deram fruto.
8Mas outras caíram em solo bom e, depois de brotar e crescer, começaram a dar fruto; e produziram 30, 60 e 100 vezes mais.”
9Ele acrescentou então: “Quem tem ouvidos para escutar, escute.”
10Então, quando ficou sozinho, os que estavam em volta dele vieram com os Doze e começaram a lhe perguntar sobre as ilustrações.
11Ele lhes disse: “A vocês foi dado o segredo sagrado do Reino de Deus, mas para os de fora tudo é apresentado em ilustrações,
12para que eles olhem, mas ainda assim não vejam, e ouçam, mas ainda assim não compreendam; e eles jamais darão meia-volta e receberão perdão.”
13Além disso, ele lhes disse: “Vocês não compreendem essa ilustração; portanto, como entenderão todas as outras ilustrações?
14“O semeador semeia a palavra.
15Então, aquelas sementes à beira da estrada, onde se semeia a palavra, representam os que ouvem a palavra, mas logo vem Satanás e tira a palavra que foi semeada neles.
16Do mesmo modo, aquelas semeadas em solo rochoso representam os que ouvem a palavra e logo a aceitam com alegria.
17Contudo, não têm raiz em si mesmos, mas continuam por algum tempo; então, assim que surge dificuldade ou perseguição por causa da palavra, tropeçam.
18Ainda há outras que são semeadas entre os espinhos. Essas representam os que ouvem a palavra,
19mas as ansiedades deste mundo, o poder enganoso das riquezas e os desejos de todas as outras coisas interferem e sufocam a palavra, e ela se torna infrutífera.
20Finalmente, aquelas que foram semeadas em solo bom representam os que escutam a palavra, a aceitam e dão fruto: 30, 60 e 100 vezes mais.”
21Disse-lhes também: “Será que se pega uma lâmpada para colocá-la debaixo de um cesto ou debaixo de uma cama? Não é para colocá-la em cima de um suporte?
22Pois não há nada escondido que não venha a ser exposto; nada cuidadosamente oculto que não venha à tona.
23Escute quem tem ouvidos para escutar.”
24Disse-lhes ainda: “Prestem atenção ao que estão ouvindo. A mesma medida com que vocês medem será usada com vocês, e mais lhes será acrescentado.
25Pois àquele que tem, mais será dado; mas daquele que não tem, até mesmo o que tem será tirado.”
26Assim, acrescentou: “Portanto, o Reino de Deus é como quando um homem lança sementes no solo.
27Ele dorme à noite e se levanta de dia, e as sementes brotam e crescem alto, embora ele não saiba exatamente como.
28O solo, por si mesmo, dá fruto aos poucos: primeiro a haste, depois a espiga, e finalmente o grão maduro na espiga.
29Mas, assim que os grãos ficam maduros, ele passa a foice, porque chegou o tempo da colheita.”
30E acrescentou: “A que podemos comparar o Reino de Deus, ou com que ilustração podemos explicá-lo?
31É semelhante a um grão de mostarda que, quando é semeado no solo, é a menor de todas as sementes da terra.
32Mas, depois de semeado, cresce e se torna maior do que todas as outras hortaliças e produz grandes ramos, de modo que as aves do céu podem achar abrigo sob a sua sombra.”
33Com muitas ilustrações desse tipo, ele lhes falava a palavra, até onde eram capazes de entender.
34Realmente, nada lhes falava sem ilustração, mas explicava tudo em particular aos seus discípulos.
35E naquele dia, ao cair a noite, ele lhes disse: “Passemos para a outra margem.”
36Assim, depois de terem dispensado a multidão, eles o levaram, assim como estava, no barco; e havia outros barcos com ele.
37Levantou-se então uma violenta tempestade, e as ondas se lançavam sobre o barco, de modo que o barco estava ficando inundado.
38Mas ele estava na popa, dormindo sobre o travesseiro. Assim, eles o acordaram e lhe disseram: “Instrutor, o senhor não se importa que estejamos prestes a morrer?”
39Com isso ele se levantou, censurou o vento e disse ao mar: “Silêncio! Cale-se!” E o vento parou, e houve uma grande calmaria.
40Então ele lhes disse: “Por que vocês estão com tanto medo? Ainda não têm nenhuma fé?”
41Mas eles sentiram um medo incomum e disseram uns aos outros: “Quem é realmente este homem? Até mesmo o vento e o mar lhe obedecem.”