1 Enoque 33

DALI eu fui na direção das extremidades da terra, onde vi grandes feras diferentes umas das outras, e pássaros variados em suas aparências e formas, bem como com notas de diferentes sons;
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A descrição de feras e pássaros variados pode refletir a cosmovisão antiga sobre a criação, comum em textos apocalípticos judaicos, que ampliam narrativas como as de Gênesis (e.g., Gn 1:24-25). A menção às 'extremidades da terra' alude à crença antiga de uma terra plana com limites físicos (cf. Jó 37:3).
Para a direita destas feras eu percebi as extremidades da terra, onde os céus cessam.
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A ideia de 'extremidades da terra' onde 'os céus cessam' reflete a cosmologia hebraica arcaica, que imaginava um firmamento sólido separando as águas celestes das terrestres (Gn 1:6-8).
Os portões do céu estavam abertos e vi que estavam vindo as estrelas celestiais.
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Os 'portões do céu' são um conceito presente em textos bíblicos (e.g., Gn 28:17) e apocalípticos, simbolizando o acesso ao divino. A saída das estrelas sugere uma visão personificada dos astros, comum no período do Segundo Templo.
Eu enumerei-as enquanto procediam do portão e escrevi-as todas, enquanto elas saiam uma por uma, de acordo com seu número.
Eu escrevi seus nomes completamente, seus tempos e estações, enquanto o anjo Uriel, que estava comigo, mostrava-as a mim.
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Uriel, um arcanjo não mencionado na Bíblia canônica, é figura proeminente em textos apócrifos (e.g., 4 Esdras). Sua função aqui como revelador celestial contrasta com a ausência de nomes angelicais específicos no Antigo Testamento, exceto Miguel e Gabriel (Dn 10:13,21).
Ele as mostrou todas a mim, e escrevi uma conta delas.
Ele também escreveu para mim seus nomes, seus regulamentos, e suas operações.
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A atribuição de 'regulamentos' celestes às estrelas reflete a crença judaica do período helenístico em um cosmos ordenado por leis divinas, desenvolvida em obras como Jubileus e outros apócrifos.