Rute 3

3 Noemi, sua sogra, disse-lhe então: “Minha filha, preciso procurar um lar para você, para que você fique bem.
Boaz é nosso parente. Foi com as servas dele que você esteve. Hoje à noite ele vai limpar cevada na eira.
Portanto lave-se, passe óleo perfumado, vista a sua melhor roupa e desça à eira. Não deixe que ele note a sua presença até que ele tenha terminado de comer e beber.
Quando ele for dormir, preste atenção ao lugar onde ele se deita. Então vá, descubra os pés dele e deite-se. E ele lhe dirá o que fazer.”
Ela respondeu então: “Farei tudo o que a senhora me disse.”
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Como estrangeira, Rut pôde ter pensado que o conselho do Noemí era estranho. Entretanto, seguiu seu conselho porque sabia que Noemí era bondosa, confiável e cheia de integridade moral. Todos conhecemos um pai, a um amigo adulto ou parente que sempre vela por nossos melhores interesses. Esteja disposto a escutar os conselhos dos mais anciões e sábios. A experiência e o conhecimento de tais pessoas podem ser valiosos. Imagine como tivesse sido a vida do Rut se tivesse desatendido a sua sogra.
Então ela desceu à eira e fez tudo o que a sua sogra lhe tinha dito.
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A era consistia em um lugar descoberto onde se debulhavam as colheitas. As espigas de trigo se esmiuçavam, já seja com a mão ou mediante bóie e se separava o valioso grão (semente) da palha inútil (casca). O piso era de rocha ou terra e se localizava fora da aldeia, pelo general em um lugar elevado onde os ventos sopravam e separavam a palha ligeira quando o trigo golpeado se lançava ao ar (ou ventilava). Booz passou a noite junto à era por duas razões: (1) evitar o roubo, e (2) esperar seu turno para debulhar o grão. (Freqüentemente, debulhava-se na noite porque o dia se ocupava na ceifa.)
Enquanto isso, Boaz comia e bebia, e seu coração estava feliz. Então ele foi se deitar na beirada do monte de cereais. Depois ela se aproximou com cuidado, descobriu os pés dele e se deitou.
À meia-noite, o homem começou a tremer e, quando se inclinou para frente, viu uma mulher deitada aos seus pés.
Ele perguntou: “Quem é você?” Ela respondeu: “Sou Rute, sua serva. Estenda o seu manto sobre a sua serva, pois o senhor é resgatador.”
Então ele disse: “Que Jeová a abençoe, minha filha. Você demonstrou mais amor leal desta vez do que da primeira vez, pois você não foi atrás de jovens, quer pobres quer ricos.
E agora, minha filha, não tenha medo. Farei para você tudo o que me diz, pois todos na cidade sabem que você é uma excelente mulher.
Mas, embora eu realmente seja resgatador, há um resgatador de parentesco mais próximo do que eu.
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Possivelmente Rut e Noemí pensavam que Booz era seu parente mais próximo. Ao melhor Booz também considerou casar-se com o Rut porque sua resposta mostra que já o tinha pensado. Deve ter descartado a idéia de casar-se com o Noemí porque esta possivelmente era muito major para ter mais filhos (1.11-12). Na cidade vivia um homem que era um parente ainda mais próximo que Booz e este homem tinha o primeiro direito de tomar ao Rut como esposa. Se decidia que não, Booz podia casar-se com ela (3.13).
Fique aqui esta noite. Se de manhã ele a resgatar, muito bem! Que ele a resgate. Mas, tão certo como Jeová vive, eu mesmo a resgatarei se ele não quiser resgatá-la. Fique deitada aqui até amanhecer.”
Assim, ela ficou deitada aos pés dele até de manhã e se levantou antes que estivesse claro o suficiente para ser reconhecida. Então ele disse: “Ninguém deve saber que uma mulher veio à eira.”
E também disse: “Traga o manto que você está usando e segure-o aberto.” Assim, ela o segurou, e ele colocou nele seis medidas de cevada e o pôs sobre ela; depois ele entrou na cidade.
Ela voltou à sua sogra, que lhe perguntou: “Como foi, minha filha?” Rute lhe contou tudo o que o homem tinha feito por ela.
Ela acrescentou: “Ele me deu estas seis medidas de cevada e disse: ‘Não vá de mãos vazias à sua sogra.’”
Então ela disse: “Agora espere, minha filha, até saber como ficará o assunto, pois o homem não descansará até resolver o assunto hoje.”
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Noemí sugeriu que Booz cumpriria sua promessa imediatamente. É óbvio que ele tinha a reputação de cumprir com sua palavra e não descansaria até finalizar a tarefa. Este tipo de gente confiável se sobressai em qualquer época ou cultura. Consideram-no outros como alguém que cumpre o que diz? A prioridade mais alta na lista de qualquer pessoa deve ser cumprir com sua palavra e terminar os trabalhos. A construção de uma reputação íntegra, entretanto, deve fazer-se tijolo sobre tijolo.