Jó 7

17 “Não é a vida do homem mortal na terra como o trabalho obrigatório, E não são os seus dias como os de um trabalhador contratado?
2Como um escravo, ele anseia pela sombra, E como um trabalhador contratado, ele espera por seu salário.
3Assim, designaram-me meses de futilidade E deram-me noites de aflição.
4Ao deitar-me, eu me pergunto: ‘Quando me levantarei?’ Mas, enquanto a noite se arrasta, eu me viro na cama até o raiar do dia.
5Meu corpo está coberto de vermes e de crostas de pó; Minha pele está cheia de feridas e de pus.
6Meus dias passam mais rápido do que a lançadeira do tecelão, E se acabam sem esperança.
7Lembra-te de que a minha vida é como o vento, De que os meus olhos nunca mais verão a felicidade.
8Os olhos que me veem agora não me verão mais; Teus olhos procurarão por mim, mas já não existirei.
9Como a nuvem que se desfaz e desaparece, Quem desce à Sepultura não voltará.
10Não retornará mais à sua casa, E o seu lugar não o conhecerá mais.
11Portanto, não ficarei calado. Vou falar na angústia do meu espírito; Vou me queixar na minha amargura.
12Por acaso sou o mar ou um monstro marinho, Para que coloques um vigia sobre mim?
13Quando eu digo: ‘Meu leito me consolará; Minha cama ajudará a aliviar meu sofrimento’,
14Tu me aterrorizas com sonhos, E me assustas com visões,
15De modo que eu prefiro morrer sufocado, Sim, prefiro morrer, a viver com este corpo.
16Detesto a minha vida, não quero mais viver. Deixa-me em paz, pois os meus dias são como um sopro.
17O que é o homem mortal, para que te preocupes com ele E fixes tua atenção nele?
18Por que o examinas a cada manhã E o provas a cada instante?
19Será que não desviarás o teu olhar de mim E não me darás tempo nem mesmo para eu engolir a minha saliva?
20Se pequei, como eu poderia prejudicar a ti, o Observador da humanidade? Por que fizeste de mim o teu alvo? Será que me tornei um fardo para ti?
21Por que não perdoas a minha transgressão E não deixas passar o meu erro? Pois logo me deitarei no pó; Tu me procurarás e não mais existirei.”