Cânticos 7
Vire-se, vire-se, Sulamita. Vire-se, vire-se... queremos contemplar você! Sulamita: “O que vocês olham na Sulamita, quando ela baila entre dois coros?”
Os seus pés... como são belos nas sandálias, ó filhas de nobres! As curvas de seus quadris, que parecem colares, obras de um artista.
Seu umbigo... essa taça redonda onde o vinho nunca falta. Seu ventre, monte de trigo rodeado de açucenas.
Seus seios, dois filhotes, filhos gêmeos de gazela.
Seu pescoço, uma torre de marfim. Seus olhos, as piscinas de Hesebon junto às portas de Bat-Rabim. Seu nariz, como a torre do Líbano voltada para Damasco.
Sua cabeça que se alteia como o Carmelo, e seus cabelos cor de púrpura, enlaçando um rei nas tranças.
Como você é bela, como você é formosa, que amor delicioso!
Você tem o talhe da palmeira, e seus seios são os cachos.
E eu pensei: “Vou subir à palmeira para colher dos seus frutos!” Sim, seus seios são cachos de uva, e o sopro das suas narinas perfuma como o aroma das maçãs.
Sua boca é um vinho delicioso que se derrama na minha, molhando-me lábios e dentes.
Eu sou do meu amado, seu desejo o traz para mim.
Venha, meu amado, vamos ao campo, vamos pernoitar debaixo dos cedros,
madrugar pelas vinhas. Vamos ver se a vinha floresce, se os botões estão se abrindo, se as romãzeiras vão florindo: aí lhe darei o meu amor...
As mandrágoras exalam seu perfume; à nossa porta há frutos de todo tipo: frutos novos, frutos secos, que eu tinha guardado, meu amado, pra você.