Mateus 13
3 Naquele dia, Jesus saiu da casa e se sentou à beira do mar.
E as multidões que se reuniram em volta dele eram tão grandes que ele entrou num barco e se sentou, e toda a multidão ficou na praia.
Falou-lhes então muitas coisas por meio de ilustrações. Ele disse: “Escutem: Um semeador saiu para semear.
Ao passo que semeava, algumas sementes caíram à beira da estrada, e vieram as aves e as comeram.
Outras caíram em solo rochoso, onde não havia muita terra, e brotaram imediatamente porque o solo não era profundo.
Mas, quando o sol se levantou, ficaram queimadas e murcharam, porque não tinham raiz.
Outras caíram entre os espinhos, e os espinhos cresceram e as sufocaram.
Ainda outras caíram em solo bom e começaram a dar fruto, esta 100 vezes mais, aquela 60 vezes mais, outra 30 vezes mais.
Assim, os seus discípulos vieram e lhe perguntaram: “Por que o senhor lhes fala usando ilustrações?”
Em resposta, ele disse: “A vocês é concedido entender os segredos sagrados do Reino dos céus, mas a eles não é concedido.
Pois àquele que tem, mais será dado, e se fará que ele tenha em abundância; mas, daquele que não tem, até mesmo o que tem será tirado.
É por isso que falo a eles usando ilustrações; porque olham, mas olham em vão, e ouvem, mas ouvem em vão, e não compreendem.
E está se cumprindo no caso deles a profecia de Isaías, que diz: ‘Vocês realmente ouvirão, mas de modo algum compreenderão; e realmente olharão, mas de modo algum verão.
Pois o coração deste povo ficou insensível, eles taparam os ouvidos e fecharam os olhos, para que nunca vissem com os olhos, nem ouvissem com os ouvidos, nem compreendessem com o coração e dessem meia-volta, e eu os curasse.’
“No entanto, felizes são os olhos de vocês porque veem e os seus ouvidos porque ouvem.
Pois, digo-lhes a verdade: Muitos profetas e homens justos desejaram ver as coisas que vocês estão observando, mas não as viram, e ouvir as coisas que vocês estão ouvindo, mas não as ouviram.
“Escutem agora a ilustração do homem que semeou.
Quando alguém ouve a palavra do Reino, mas não a entende, vem o Maligno e arranca o que foi semeado no seu coração; essa é a que foi semeada à beira da estrada.
A que foi semeada em solo rochoso representa aquele que ouve a palavra e imediatamente a aceita com alegria.
Contudo, ele não tem raiz em si mesmo, mas continua por algum tempo e, quando surge dificuldade ou perseguição por causa da palavra, imediatamente tropeça.
A que foi semeada entre os espinhos representa aquele que ouve a palavra, mas as ansiedades deste mundo e o poder enganoso das riquezas sufocam a palavra, e ela se torna infrutífera.
A que foi semeada em solo bom representa aquele que ouve a palavra e compreende o sentido dela, que realmente dá fruto e produz, este 100 vezes mais, aquele 60 vezes mais, outro 30 vezes mais.”
Apresentou-lhes outra ilustração, dizendo: “O Reino dos céus pode ser comparado a um homem que semeou boa semente no seu campo.
Enquanto os homens dormiam, seu inimigo veio, semeou joio no meio do trigo e foi embora.
Quando a haste cresceu e produziu fruto, apareceu também o joio.
Então, os escravos do dono da casa vieram e lhe perguntaram: ‘O senhor não semeou boa semente no seu campo? De onde veio então o joio?’
Ele lhes respondeu: ‘Um inimigo, um homem, fez isso.’ Os escravos lhe disseram: ‘O senhor quer então que vamos ajuntar o joio?’
Ele disse: ‘Não, pois, ao ajuntarem o joio, poderiam arrancar também o trigo.
Deixem ambos crescer juntos até a colheita, e na época da colheita eu direi aos ceifeiros: Ajuntem primeiro o joio e amarrem-no em feixes para ser queimado; depois ajuntem o trigo no meu celeiro.’”
Apresentou-lhes outra ilustração, dizendo: “O Reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda, que um homem pegou e plantou no seu campo.
De fato, essa é a menor de todas as sementes, mas, depois de crescida, é a maior das hortaliças e se torna uma árvore, de modo que as aves do céu vêm e acham abrigo entre os seus ramos.”
Contou-lhes outra ilustração: “O Reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher pegou e misturou com três grandes medidas de farinha, até que a massa inteira ficou fermentada.”
Jesus falou tudo isso às multidões por meio de ilustrações. Realmente, nada lhes falava sem ilustração,
para que se cumprissem as palavras do profeta, que disse: “Abrirei a minha boca com ilustrações; proclamarei as coisas escondidas desde a fundação.”
Então, depois de dispensar as multidões, ele entrou na casa. Seus discípulos se chegaram a ele e disseram: “Explique-nos a ilustração do joio no campo.”
Em resposta, ele disse: “O semeador da boa semente é o Filho do Homem;
o campo é o mundo. Quanto à boa semente, são os filhos do Reino, mas o joio são os filhos do Maligno,
e o inimigo que o semeou é o Diabo. A colheita é o final de um sistema de coisas, e os ceifeiros são os anjos.
Portanto, assim como o joio é ajuntado e queimado no fogo, assim será no final do sistema de coisas.
O Filho do Homem enviará seus anjos, e eles ajuntarão dentre o seu Reino todas as coisas que causam tropeço e os que praticam o que é contra a lei,
Naquele tempo, os justos brilharão tão claramente como o sol, no Reino do seu Pai. Quem tem ouvidos, escute.
“O Reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido no campo, que um homem achou e escondeu novamente; e, na sua alegria, ele foi, vendeu todas as coisas que tinha e comprou aquele campo.
“Também, o Reino dos céus é semelhante a um comerciante viajante que buscava pérolas de boa qualidade.
Ao achar uma pérola de grande valor, foi, vendeu prontamente todas as coisas que tinha e a comprou.
“Também, o Reino dos céus é semelhante a uma rede de arrasto baixada ao mar e que apanhou peixes de todo tipo.
Quando ela ficou cheia, arrastaram-na para a praia, sentaram-se e juntaram os peixes bons em recipientes, mas jogaram fora os imprestáveis.
Assim será no final do sistema de coisas. Os anjos sairão e separarão os maus dos justos,
e os lançarão na fornalha ardente. Ali é que haverá o seu choro e o ranger dos seus dentes.
“Compreenderam o sentido de tudo isso?” Eles responderam: “Sim.”
Então ele lhes disse: “Sendo assim, todo instrutor público que é ensinado a respeito do Reino dos céus é semelhante a um homem, dono de uma casa, que tira do seu tesouro coisas novas e coisas velhas.”
Quando Jesus terminou de contar essas ilustrações, partiu dali.
Chegando à sua própria cidade, começou a ensinar ao povo na sinagoga deles, de modo que ficaram maravilhados e disseram: “Onde este homem obteve essa sabedoria e essa habilidade de realizar obras poderosas?
Não é este o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas?
E não estão todas as suas irmãs conosco? Então, onde ele obteve tudo isso?”
Assim, começaram a tropeçar por causa dele. Mas Jesus lhes disse: “Um profeta não fica sem honra a não ser na sua própria terra e na sua própria casa.”