Lucas 6
16 Num sábado, ele estava passando por campos de cereais, e seus discípulos arrancavam espigas, esfregavam-nas com as mãos e as comiam.
2Em vista disso, alguns fariseus disseram: “Por que vocês estão fazendo o que não é permitido no sábado?”
3Mas Jesus lhes disse em resposta: “Vocês nunca leram o que Davi fez quando ele e seus homens ficaram com fome?
4Como ele entrou na casa de Deus e recebeu os pães da apresentação, e os comeu e deu deles aos seus homens, embora não seja permitido a ninguém comer esses pães, mas apenas aos sacerdotes?”
6Em outro sábado, ele entrou na sinagoga e começou a ensinar. E havia ali um homem com a mão direita atrofiada.
7Os escribas e os fariseus observavam Jesus atentamente para ver se ele curaria alguém no sábado, a fim de acharem um motivo para acusá-lo.
8Mas ele sabia o que eles estavam pensando; assim, disse ao homem com a mão atrofiada: “Levante-se e fique em pé no centro.” E ele se levantou e ficou em pé.
9Jesus lhes disse então: “Eu lhes pergunto: É permitido, no sábado, fazer o bem ou fazer o mal, salvar uma vida ou destruí-la?”
10Depois de olhar para todos que estavam à sua volta, disse ao homem: “Estenda a mão.” Ele fez isso, e a mão foi restabelecida.
13Quando o dia amanheceu, chamou os seus discípulos e escolheu dentre eles 12, a quem deu o nome de apóstolos:
14Simão, a quem também chamou de Pedro, André, seu irmão, Tiago, João, Filipe, Bartolomeu,
15Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Simão, chamado Zeloso,
16Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, que se tornou traidor.
17Ele desceu com eles e parou num lugar plano; havia ali um grande número de seus discípulos e uma grande multidão de pessoas de toda a Judeia e de Jerusalém, e do litoral de Tiro e Sídon, que tinham vindo para ouvi-lo e para ser curados das suas doenças.
18Até mesmo os afligidos por espíritos impuros eram curados.
20E ele ergueu os olhos para os seus discípulos e disse: “Felizes são vocês, pobres, pois o Reino de Deus é de vocês.
21“Felizes são vocês que agora têm fome, pois serão saciados. “Felizes são vocês que agora choram, pois vão rir.
22“Felizes serão vocês sempre que os homens os odiarem, e sempre que os excluírem, os insultarem e declararem maldito o seu nome, por causa do Filho do Homem.
23Alegrem-se quando isso acontecer e pulem de alegria, porque a sua recompensa é grande no céu, pois essas são as mesmas coisas que os antepassados deles faziam aos profetas.
25“Ai de vocês que agora estão saciados, pois passarão fome. “Ai de vocês que agora riem, pois lamentarão e chorarão.
26“Ai de vocês, sempre que todos os homens falarem bem de vocês, pois é isso que os antepassados deles fizeram aos falsos profetas.
27“Mas eu digo a vocês que estão escutando: Continuem a amar os seus inimigos, a fazer o bem aos que odeiam vocês,
28a abençoar os que os amaldiçoam, a orar pelos que os insultam.
29Àquele que lhe bater numa face, ofereça também a outra; e a quem lhe tirar a capa, não impeça de levar também a túnica.
30Dê a todo aquele que lhe pedir e, se alguém lhe tirar o que é seu, não peça isso de volta.
31“Também, assim como querem que os homens façam a vocês, façam do mesmo modo a eles.
32“Se amarem aos que os amam, que mérito há nisso para vocês? Pois até mesmo os pecadores amam aos que os amam.
33E, se fizerem o bem aos que lhes fazem o bem, que mérito há nisso para vocês? Até os pecadores fazem o mesmo.
34Também, se emprestarem àqueles de quem esperam restituição, que mérito há nisso para vocês? Até mesmo pecadores emprestam a pecadores, para receberem de volta o mesmo.
35Ao contrário, continuem a amar os seus inimigos, a fazer o bem e a emprestar sem esperar nada de volta; e a sua recompensa será grande, e vocês serão filhos do Altíssimo, pois ele é bondoso com os ingratos e maus.
36Sejam sempre misericordiosos, assim como o seu Pai é misericordioso.
37“Além disso, parem de julgar, e de modo algum serão julgados; e parem de condenar, e de modo algum serão condenados. Continuem a perdoar, e serão perdoados.
38Pratiquem o dar, e lhes será dado. Derramarão na dobra da sua roupa uma boa medida, comprimida, sacudida e transbordante. Pois, com a medida com que vocês medem, medirão a vocês em troca.”
39Então lhes contou também uma ilustração: “Será que um cego pode guiar outro cego? Não cairão ambos num buraco?
40O aluno não está acima do seu instrutor, mas todo aquele que for perfeitamente instruído será semelhante ao seu instrutor.
41Então, por que você olha para o cisco no olho do seu irmão, mas não percebe que há uma trave no seu próprio olho?
42Como você pode dizer ao seu irmão: ‘Irmão, deixe-me tirar o cisco que está no seu olho’, enquanto você mesmo não vê a trave que está no seu próprio olho? Hipócrita! Tire primeiro a trave do seu próprio olho e depois verá claramente como tirar o cisco que está no olho do seu irmão.
43“Pois nenhuma árvore boa produz fruto ruim, e nenhuma árvore ruim produz fruto bom.
44Pois toda árvore é conhecida pelo seu próprio fruto. Por exemplo, não se colhem figos de espinheiros, nem uvas de uma planta espinhosa.
45O homem bom tira o que é bom do bom tesouro do seu coração, mas o homem mau tira o que é mau do seu mau tesouro; pois a sua boca fala do que o coração está cheio.
46“Então, por que vocês me chamam ‘Senhor! Senhor!’ mas não fazem o que eu digo?
47Todo aquele que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as pratica, eu mostrarei a vocês a quem ele é semelhante:
48Ele é como um homem que, ao construir uma casa, cavou bem fundo e lançou o alicerce sobre a rocha. Assim, quando veio uma inundação, o rio bateu com força contra aquela casa, mas não foi bastante forte para abalá-la, por ela ter sido bem construída.
49Por outro lado, quem ouve e não faz nada é semelhante a um homem que construiu uma casa no solo, sem alicerce. O rio se lançou contra ela e ela desmoronou imediatamente, e foi grande a ruína daquela casa.”