Lucas 4

14 Então Jesus, cheio de espírito santo, se afastou do Jordão e foi conduzido pelo espírito, no deserto,
2por 40 dias, e foi tentado pelo Diabo. Ele não comeu nada naqueles dias; assim, quando terminaram, ele sentiu fome.
3O Diabo lhe disse então: “Se você é filho de Deus, diga a esta pedra que se transforme em pão.”
4Mas Jesus lhe respondeu: “Está escrito: ‘O homem não deve viver somente de pão.’”
5Assim ele o levou para cima e lhe mostrou todos os reinos da terra habitada, num instante.
6Então, o Diabo lhe disse: “Eu lhe darei toda esta autoridade, bem como a glória destes reinos, porque ela me foi entregue e a dou a quem eu quiser.
7Portanto, se você fizer um ato de adoração diante de mim, tudo será seu.”
8Em resposta, Jesus lhe disse: “Está escrito: ‘Adore a Jeová, seu Deus, e preste serviço sagrado apenas a ele.’”
9Ele o levou então a Jerusalém, colocou-o sobre o parapeito do templo e lhe disse: “Se você é filho de Deus, jogue-se daqui para baixo,
10pois está escrito: ‘Ele dará aos seus anjos uma ordem referente a você, para protegê-lo’,
11e: ‘Eles o carregarão nas mãos, para que não bata com o pé numa pedra.’”
12Em resposta, Jesus lhe disse: “Foi dito: ‘Não ponha Jeová, seu Deus, à prova.’”
13Assim, depois de terminar toda a tentação, o Diabo o deixou até outra ocasião conveniente.
14Jesus voltou então no poder do espírito para a Galileia. E boas notícias sobre ele se espalharam por toda a região ao redor.
15Também, ele começou a ensinar nas sinagogas deles, e era honrado por todos.
16Então ele foi para Nazaré, onde tinha sido criado, e, segundo o seu costume no dia de sábado, entrou na sinagoga e se levantou para ler.
17Assim, foi-lhe entregue o rolo do profeta Isaías, e ele abriu o rolo e achou o lugar onde estava escrito:
18“O espírito de Jeová está sobre mim, porque Ele me ungiu para declarar boas novas aos pobres. Enviou-me para proclamar liberdade aos cativos e recuperação da visão aos cegos, para dar livramento aos esmagados,
19para pregar o ano aceitável de Jeová.”
20Com isso, enrolou o rolo, entregou-o de volta ao assistente e se sentou; e os olhos de todos na sinagoga estavam atentamente fixos nele.
21Então ele começou a lhes dizer: “Hoje se cumpriu essa passagem das Escrituras que vocês acabam de ouvir.”
22E todos começaram a falar bem dele e a se maravilhar com as palavras cativantes que saíam da sua boca, e diziam: “Não é este o filho de José?”
23Em vista disso, ele lhes disse: “Sem dúvida vocês aplicarão a mim o seguinte ditado: ‘Médico, cure a si mesmo’, e dirão: ‘Faça também aqui na sua própria cidade as coisas que ouvimos dizer que foram feitas em Cafarnaum.’”
24Então ele disse: “Eu lhes digo a verdade: Nenhum profeta é aceito na sua própria terra.
25Garanto a vocês que havia muitas viúvas em Israel nos dias de Elias, quando o céu se fechou por três anos e seis meses e houve uma grande fome em toda aquela terra.
26Mesmo assim, Elias não foi enviado a nenhuma dessas mulheres, mas apenas a uma viúva de Sarefá, na terra de Sídon.
27Havia também muitos leprosos em Israel no tempo de Eliseu, o profeta; contudo, nenhum deles foi purificado, mas apenas Naamã, o sírio.”
28E todos os que ouviam essas coisas na sinagoga ficaram cheios de ira,
29e se levantaram, o conduziram às pressas para fora da cidade e o levaram à beira da montanha em que a sua cidade se situava, a fim de lançá-lo para baixo.
30Mas ele passou pelo meio deles e seguiu caminho.
31Ele desceu então a Cafarnaum, uma cidade da Galileia. Ele os estava ensinando no sábado,
32e eles estavam maravilhados com o seu modo de ensinar, porque ele falava com autoridade.
33Havia na sinagoga um homem com um espírito, um demônio impuro, e ele gritou bem alto:
34“Ah! o que você quer conosco, Jesus Nazareno? Veio nos destruir? Eu sei exatamente quem você é: o Santo de Deus.”
35Mas Jesus o censurou, dizendo: “Cale-se e saia dele.” Assim, depois de lançar o homem no chão no meio deles, o demônio saiu dele sem feri-lo.
36Em vista disso, todos ficaram pasmados e começaram a dizer uns aos outros: “Que palavras são essas? Pois ele dá ordens aos espíritos impuros, com autoridade e poder, e eles saem!”
37De modo que as notícias sobre ele se espalhavam por todos os lugares da região ao redor.
38Depois de sair da sinagoga, ele entrou na casa de Simão. A sogra de Simão estava sofrendo, com uma febre alta, e pediram a ele que a ajudasse.
39Então ele se inclinou sobre ela e censurou a febre, que a deixou. Ela se levantou no mesmo instante e começou a servi-los.
40Mas, ao pôr do sol, todos os que tinham consigo doentes, com as mais variadas enfermidades, os levaram a ele. Ele punha as mãos sobre cada um deles e os curava.
41Demônios também saíam de muitos, gritando: “Você é o Filho de Deus.” Mas ele os censurava e não permitia que falassem, pois sabiam que ele era o Cristo.
42No entanto, quando o dia amanheceu, ele saiu e foi para um lugar isolado. As multidões, porém, começaram a procurar por ele e chegaram até onde ele estava, e tentaram impedir que ele as deixasse.
43Mas ele lhes disse: “Tenho de declarar as boas novas do Reino de Deus também a outras cidades, porque fui enviado para isso.”
44Assim, ele seguiu pregando nas sinagogas da Judeia.