Jó 39
139 “Por acaso você sabe quando as cabras-montesas dão cria? Já viu as corças darem à luz seus filhotes?
2Você conta os meses de sua gestação? Você sabe quando elas vão dar cria?
3Elas se agacham para dar à luz seus filhotes, E suas dores de parto terminam.
4Seus filhotes ficam fortes e crescem nos campos; Vão embora e não voltam para elas.
5Quem pôs o jumento selvagem em liberdade, E quem soltou as cordas do jumento selvagem?
6Fiz da planície desértica sua habitação, E da terra salgada sua moradia.
7Ele despreza a agitação da cidade, Não ouve os gritos do condutor.
8Vagueia pelas colinas em busca de pasto, Procurando todo tipo de planta verde.
9Será que o touro selvagem vai querer servir a você? Será que ele vai passar a noite no seu estábulo?
10Por acaso você pode prender o touro selvagem ao arado com uma corda, Ou será que ele seguirá você a fim de arar o vale?
11Você confiará na grande força dele E deixará que ele faça o trabalho pesado para você?
12Por acaso você contará com ele para que traga a sua colheita E a ajunte à sua eira?
13As asas da avestruz batem alegremente, Mas será que as suas asas e plumas se comparam às da cegonha?
14Ela deixa seus ovos no chão E os mantém aquecidos no pó.
15Ela se esquece que alguém pode pisar neles e esmagá-los, Ou que um animal selvagem pode pisoteá-los.
16Trata os seus filhotes com dureza, como se não fossem seus; Não se importa que seu trabalho tenha sido em vão.
17Pois Deus lhe negou sabedoria E não lhe deu entendimento.
18Mas, quando ela se levanta e bate as asas, Ri do cavalo e do cavaleiro.
19É você que dá força ao cavalo, E veste seu pescoço com uma crina esvoaçante?
20Será que você pode fazê-lo pular como um gafanhoto? Seu majestoso relinchar é atemorizante.
21Ele escarva o chão do vale e alegra-se muito; Sai correndo para a batalha.
22Ele ri do medo e não se assusta com nada, Não recua por causa da espada.
23Sobre ele chocalha a aljava; A lança e o dardo brilham.
24Tremendo e agitado, ele sai galopando, Não consegue ficar parado ao som da buzina.
25Ao toque da buzina, ele relincha. De longe sente o cheiro da batalha E ouve os gritos dos comandantes e o grito de guerra.
26Será que é por causa do entendimento que você tem que o falcão plana, Estendendo suas asas para o sul?
27Ou é às suas ordens que a águia voa para cima E constrói o seu ninho no alto,
28Passando a noite num rochedo, Na fortaleza onde vive, num penhasco?
29De lá ela procura alimento, Seus olhos enxergam longe.
30Seus filhotes bebem sangue; E onde há mortos, ali está ela.”