Jó 15

5 E Elifaz, o temanita, disse em resposta:
“Será que uma pessoa sábia responderia com argumentos vazios, Ou encheria seu ventre com o vento leste?
Argumentar com meras palavras é inútil, E falar não traz nenhum benefício.
Pois você enfraquece o temor de Deus E menospreza a devoção a Deus.
Pois o seu pecado determina o que você fala, E você escolhe palavras astutas.
Sua própria boca o condena, não eu; Seus próprios lábios testemunham contra você.
Será que você foi o primeiro homem a nascer, Ou foi dado à luz antes das colinas?
Por acaso você escuta a conversa confidencial de Deus, Ou é você que tem sabedoria?
O que você sabe que nós não sabemos? O que você entende que nós não entendemos?
Entre nós estão os de cabelos brancos e idosos, Homens muito mais velhos do que o seu pai.
Não lhe são suficientes o consolo de Deus, Ou as ternas palavras faladas a você?
Por que o seu coração o deixa tão presunçoso, E por que os seus olhos demonstram ira?
Pois você fica furioso com o próprio Deus, E deixa sair palavras como essas da sua boca.
Como o homem mortal pode ser puro? Ou como alguém que nasceu de uma mulher pode ser justo?
Veja! Ele não confia nos seus santos, E nem mesmo os céus são puros aos seus olhos.
Quanto menos alguém que é detestável e corrupto, Um homem que bebe injustiça como água!
Vou lhe dizer algo; escute-me! Vou relatar o que observei,
O que os sábios transmitiram, conforme receberam dos seus pais, Coisas que eles não escondem.
A terra foi dada apenas a eles, E entre eles nenhum estrangeiro passou.
Quem é mau é atormentado todos os dias, Durante todos os anos reservados para o tirano.
Sons assustadores estão nos seus ouvidos; Em tempos de paz, saqueadores o atacam.
Ele não acredita que escapará da escuridão; Está destinado à espada.
Ele vagueia em busca de alimento, e diz: ‘Onde está?’ Ele sabe muito bem que o dia da escuridão está próximo.
Aflição e angústia o apavoram, Vêm contra ele como um rei pronto para atacar.
Pois ele levanta a mão contra o próprio Deus E tenta desafiar o Todo-Poderoso;
Corre contra Ele obstinadamente, Com seu escudo grosso e resistente;
Seu rosto está coberto de gordura, E seus quadris acumulam gordura.
Ele mora em cidades que serão destruídas, Em casas onde ninguém morará, Que se tornarão um monte de pedras.
Ele não enriquecerá, e seus bens não se acumularão, Nem suas posses se espalharão pela terra.
Não escapará da escuridão; Uma chama ressecará seu ramo novo, E pelo sopro da boca de Deus ele desaparecerá.
Ele não deve se desviar nem confiar no que é inútil, Pois o que é inútil é o que ele receberá em troca;
Isso acontecerá antes de chegar o seu dia, E seus ramos nunca florescerão.
Ele será como uma videira cujas uvas verdes caem, E como uma oliveira que perde as suas flores.
Pois o grupo dos ímpios é estéril, E o fogo consumirá as tendas onde suborno.
Eles concebem desgraça e dão à luz o que é mau, E seu ventre produz engano.”