João 7
17 Depois disso, Jesus continuou a viajar pela Galileia, porque não queria andar pela Judeia, visto que os judeus procuravam matá-lo.
2No entanto, estava próxima a festividade judaica das Tendas,
3e seus irmãos lhe disseram: “Saia daqui e vá à Judeia para que os seus discípulos também possam ver as obras que você está fazendo.
4Pois ninguém faz as coisas em segredo quando procura ser conhecido publicamente. Se você está fazendo essas coisas, mostre-se ao mundo.”
5Na verdade, seus irmãos não exerciam fé nele.
6Portanto, Jesus lhes disse: “A minha hora ainda não chegou, mas para vocês qualquer hora é boa.
7O mundo não tem razão para odiar vocês, mas odeia a mim, porque dou testemunho dele, de que as suas obras são más.
8Subam para a festividade; eu ainda não vou a essa festividade, porque o meu tempo ainda não se cumpriu.”
9Assim, depois de lhes dizer essas coisas, ele permaneceu na Galileia.
10Mas, depois que os seus irmãos subiram para a festividade, ele também subiu, não abertamente, mas em segredo.
12E entre as multidões muitos cochichavam por causa dele. Alguns diziam: “Ele é um homem bom.” Outros diziam: “Não é. Ele está enganando a multidão.”
13Naturalmente, ninguém falava dele em público, por medo dos judeus.
14Quando a festividade já estava na metade, Jesus subiu ao templo e começou a ensinar.
15Os judeus ficaram admirados, e diziam: “Como é que este homem tem tanto conhecimento das Escrituras, se não estudou nas escolas?”
16Então Jesus lhes respondeu: “O que eu ensino não é meu, mas pertence àquele que me enviou.
17Se alguém desejar fazer a Sua vontade, saberá se os ensinamentos são de Deus ou se o que falo se origina de mim.
18Quem fala as suas próprias ideias procura a sua própria glória; mas quem procura a glória daquele que o enviou é verdadeiro, e não há injustiça nele.
19Moisés lhes deu a Lei, não deu? Mas nenhum de vocês obedece à Lei. Por que procuram me matar?”
21Em resposta, Jesus lhes disse: “Realizei uma só obra, e todos vocês estão surpresos.
22Então, considerem o seguinte: Moisés deu a vocês a circuncisão (não que ela tenha vindo de Moisés, mas sim dos antepassados), e vocês circuncidam um homem num sábado.
23Se um homem recebe a circuncisão num sábado para que a Lei de Moisés não seja violada, por que vocês estão tão irados comigo por eu ter curado completamente um homem num sábado?
24Parem de julgar pelas aparências, mas façam um julgamento justo.”
25Então alguns dos habitantes de Jerusalém começaram a dizer: “Não é este o homem que procuram matar?
26No entanto, ele está aqui falando em público, e não lhe dizem nada. Será que os nossos líderes realmente acham que ele é o Cristo?
27Mas nós sabemos de onde é esse homem; ao passo que, quando o Cristo vier, ninguém saberá de onde ele é.”
28Então, enquanto ensinava no templo, Jesus disse bem alto: “Vocês me conhecem e sabem de onde eu sou. E eu não vim de minha própria iniciativa, mas Aquele que me enviou é real, e vocês não o conhecem.
29Eu o conheço, porque sou representante dele, e ele me enviou.”
30Por isso procuraram prendê-lo, mas ninguém conseguiu segurá-lo, pois a sua hora ainda não havia chegado.
31Contudo, muitos da multidão depositaram fé nele, e diziam: “Quando o Cristo vier, será que realizará mais sinais do que esse homem realizou?”
32Os fariseus ouviram a multidão cochichando essas coisas a respeito dele, e os principais sacerdotes e os fariseus enviaram guardas para prendê-lo.
33Então Jesus disse: “Ficarei com vocês mais um pouco, antes de ir para Aquele que me enviou.
34Vocês me procurarão, mas não me acharão, e, para onde eu vou, vocês não podem ir.”
35Portanto, os judeus disseram entre si: “Para onde esse homem pretende ir, de modo que não poderemos achá-lo? Será que ele pretende ir aos judeus dispersos entre os gregos e ensinar os gregos?
36O que ele quer dizer com as palavras: ‘Vocês me procurarão, mas não me acharão, e, para onde eu vou, vocês não podem ir’?”
37No último dia, o grande dia da festividade, Jesus se levantou e disse bem alto: “Se alguém tiver sede, venha a mim e beba.
38Quem depositar fé em mim, assim como disse uma passagem das Escrituras, ‘do seu íntimo fluirão correntes de água viva’.”
39No entanto, ao dizer isso, ele falava sobre o espírito, que os que depositaram fé nele iam receber; pois até então não havia espírito, porque Jesus ainda não havia sido glorificado.
40Alguns da multidão que ouviram essas palavras começaram a dizer: “Este é realmente o Profeta.”
41Outros diziam: “Este é o Cristo.” Mas alguns diziam: “Será que o Cristo vem da Galileia?
42Não dizem as Escrituras que o Cristo virá da descendência de Davi e de Belém, a aldeia de onde Davi era?”
43Assim, surgiu uma divisão entre a multidão por causa dele.
44Alguns deles, porém, queriam prendê-lo, mas ninguém conseguiu segurá-lo.
45Os guardas voltaram então aos principais sacerdotes e aos fariseus, e estes lhes perguntaram: “Por que vocês não o trouxeram para cá?”
46Os guardas responderam: “Nunca homem algum falou assim!”
47Então os fariseus disseram: “Será que vocês também foram enganados?
48Por acaso algum dos nossos líderes ou dos fariseus depositou fé nele?
49Mas essa multidão, que não conhece a Lei, são pessoas amaldiçoadas.”
50Nicodemos, que tinha ido a ele antes e era um deles, lhes disse:
51“Será que a nossa Lei julga um homem sem que primeiro o ouça e saiba o que ele está fazendo?”
52Em resposta, disseram-lhe: “Será que você também é da Galileia? Pesquise e veja que nenhum profeta surgirá na Galileia.”