Atos 4

14 Enquanto os dois estavam falando com o povo, aproximaram-se deles os sacerdotes, o capitão do templo e os saduceus.
2Eles estavam irritados porque os apóstolos estavam ensinando o povo e declarando abertamente a ressurreição de Jesus dentre os mortos.
3Então os agarraram e os puseram na cadeia até o dia seguinte, pois já tinha anoitecido.
4No entanto, muitos que tinham escutado o discurso acreditaram, e o número de homens chegou a cerca de 5.000.
5No dia seguinte, as autoridades, os anciãos e os escribas se reuniram em Jerusalém,
6junto com Anás, que era o principal sacerdote, Caifás, João, Alexandre e todos os que eram parentes do principal sacerdote.
7Colocaram Pedro e João no meio deles e os interrogaram: “Com que poder ou em nome de quem vocês fizeram isso?”
8Então Pedro, cheio de espírito santo, lhes disse: “Líderes do povo e anciãos,
9se estamos sendo interrogados hoje por causa de uma boa ação feita a um homem aleijado, e se querem saber quem fez esse homem ficar bom,
10saibam os senhores e todo o povo de Israel que é em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, aquele que os senhores executaram numa estaca, mas que Deus levantou dentre os mortos, sim, é por meio dele que este homem está aqui curado, diante dos senhores.
11Esse Jesus é ‘a pedra que não foi levada em conta por vocês, construtores, e que se tornou a principal pedra angular’.
12Além disso, não há salvação em mais ninguém, pois não há outro nome debaixo do céu, que tenha sido dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos.”
13Quando viram a coragem de Pedro e de João, e notaram que eles eram homens comuns e sem instrução, ficaram admirados. E perceberam que eles haviam estado com Jesus.
14Eles ficaram sem resposta, pois estavam vendo ali entre eles o homem que tinha sido curado.
15Assim, ordenaram-lhes que saíssem do Sinédrio e começaram a discutir o assunto entre si;
16diziam: “O que faremos com esses homens? Porque, realmente, por meio deles ocorreu um sinal notável, que ficou conhecido por todos os habitantes de Jerusalém, e não podemos negá-lo.
17Para que isso não se espalhe ainda mais entre o povo, vamos ameaçá-los e dizer-lhes que não falem mais a ninguém à base desse nome.”
18Então eles os chamaram e lhes ordenaram que não falassem nada nem ensinassem em nome de Jesus.
19Mas Pedro e João lhes responderam: “Julguem os senhores mesmos se é certo, à vista de Deus, obedecer aos senhores em vez de a Deus.
20Quanto a nós, não podemos parar de falar das coisas que vimos e ouvimos.”
21Assim, depois de ameaçá-los ainda mais, eles os soltaram por não terem achado nenhuma base para puni-los e também por causa do povo, porque todos estavam glorificando a Deus pelo que tinha acontecido.
22Pois o homem que havia sido curado por esse milagre tinha mais de 40 anos.
23Depois de serem soltos, foram ao encontro dos outros discípulos e contaram o que os principais sacerdotes e os anciãos lhes haviam dito.
24Ao ouvirem isso, unidos, levantaram a voz a Deus, dizendo: “Soberano Senhor, tu és aquele que fez o céu, a terra, o mar e tudo que há neles,
25e quem, por espírito santo, disse por meio de nosso antepassado Davi, teu servo: ‘Por que as nações ficaram agitadas e os povos meditaram em coisas vãs?
26Os reis da terra tomaram a sua posição, e os governantes se uniram contra Jeová e contra o seu ungido.’
27De fato, Herodes e Pôncio Pilatos se reuniram nesta cidade com homens das nações e com povos de Israel contra o teu santo servo Jesus, a quem ungiste,
28para fazerem aquilo que o teu poder e a tua vontade predeterminaram que ocorresse.
29E agora, Jeová, dá atenção às ameaças deles e concede que os teus escravos continuem a falar a tua palavra com toda a coragem,
30ao passo que estendes a mão para curar e ao passo que ocorrem sinais e milagres por meio do nome do teu santo servo Jesus.”
31Depois de terem feito a súplica, o lugar onde estavam reunidos tremeu, e todos ficaram cheios de espírito santo e começaram a falar a palavra de Deus com coragem.
32Além disso, a multidão dos que creram era de um só coração e uma só alma, e nenhum deles dizia que as coisas que possuía eram suas, mas compartilhavam tudo que tinham.
33E os apóstolos continuavam, de forma poderosa, a dar testemunho a respeito da ressurreição do Senhor Jesus, e todos eles eram grandemente abençoados com bondade imerecida.
34De fato, ninguém entre eles passava necessidade, porque todos os que possuíam campos ou casas os vendiam, traziam o dinheiro da venda
35e o colocavam aos pés dos apóstolos. Depois, fazia-se a distribuição, conforme a necessidade de cada um.
36Assim fez José, a quem os apóstolos chamavam de Barnabé (que traduzido significa “filho do consolo”), um levita, natural de Chipre,
37que possuía um pedaço de terra; ele o vendeu, trouxe o dinheiro e o colocou aos pés dos apóstolos.