Salmos 88
2Que a minha oração chegue diante de ti; inclina os teus ouvidos ao meu clamor.
3Tenho sofrido tanto que a minha vida está à beira da sepultura!
4Sou contado entre os que descem à cova; sou como um homem que já não tem forças.
5Fui colocado junto aos mortos, sou como os cadáveres que jazem no túmulo, dos quais já não te lembras, pois foram tirados de tua mão.
6Puseste-me na cova mais profunda, na escuridão das profundezas.
7Tua ira pesa sobre mim; com todas as tuas ondas me afligiste. Pausa
8Afastaste de mim os meus melhores amigos e me tornaste repugnante para eles. Estou como um preso que não pode fugir;
9minhas vistas já estão fracas de tristeza. A ti, Senhor, clamo cada dia; a ti ergo as minhas mãos.
10Acaso mostras as tuas maravilhas aos mortos? Acaso os mortos se levantam e te louvam? Pausa
11Será que o teu amor é anunciado no túmulo, e a tua fidelidade, no Abismo da Morte?
12Acaso são conhecidas as tuas maravilhas na região das trevas, e os teus feitos de justiça, na terra do esquecimento?
13Mas eu, Senhor, a ti clamo por socorro; já de manhã a minha oração chega à tua presença.
14Por que, Senhor, me rejeitas e escondes de mim o teu rosto?
15Desde moço tenho sofrido e ando perto da morte; os teus terrores levaram-me ao desespero.
16Sobre mim se abateu a tua ira; os pavores que me causas me destruíram.
17Cercam-me o dia todo como uma inundação; envolvem-me por completo.
18Tiraste de mim os meus amigos e os meus companheiros; as trevas são a minha única companhia.