Números 27

Chegaram, então, as filhas de Sal­faad. Este era filho de Héfer, filho de Ga­laad, filho de Maquir, filho de Manassés; pertencia ao clã de Manassés, filho de José. Suas filhas se chamavam Maala, Noa, Hegla, Melca e Tersa.
Elas se apresentaram a Moisés, ao sacerdote Eleazar, aos chefes e a toda a comunidade, na entrada da tenda da reunião, e disseram:
“Nosso pai morreu no deserto. Não pertencia ao grupo de Coré, que se revoltou contra Javé. Ele morreu pelo seu próprio pecado e não deixou filhos.
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A menção de Coré refere-se à rebelião descrita em Números 16, onde um grupo liderado por Coré desafiou a autoridade de Moisés. Zelofeade não estava envolvido, o que justifica o pedido das filhas por herança.
Por que o nome de nosso pai deveria desaparecer do seu clã? Só porque não teve filhos? Deem para nós uma propriedade entre os irmãos de nosso pai”.
Moisés apresentou a causa delas a Javé.
Então Javé falou a Moisés:
“As filhas de Salfaad têm razão. Dê para elas uma propriedade como herança entre os irmãos do pai delas. Transmita a elas a herança do pai.
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Esta decisão estabelece um precedente legal no direito sucessório israelita, garantindo herança a mulheres sem irmãos. A lei será complementada posteriormente em Números 36:1-12, exigindo que herdeiras casem dentro da própria tribo.
Depois diga aos filhos de Israel: ‘Se um homem morrer sem deixar filhos, passem a herança para a filha dele.
Se não tiver uma filha, entreguem a herança aos irmãos dele.
Se não tiver irmãos, deem a herança aos irmãos do pai dele.
Se o pai dele não tiver irmãos, deem a herança ao parente mais próximo dentro do clã: este receberá a herança’ ”. Essa é a norma justa para os filhos de Israel, conforme Javé ordenou a Moisés.
Javé falou a Moisés: “Suba ao monte Abarim e contemple a terra que eu vou dar aos filhos de Israel.
Depois de a contemplar, você se reunirá aos seus antepassados, como seu irmão Aarão.
Isso porque vocês foram rebeldes no deserto de Sin, quando a comunidade se revoltou contra mim, e vocês não demonstraram a minha santidade junto à fonte”. Trata-se da fonte de Meriba, em Cades, no deserto de Sin.
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Meribá de Cades (Números 20:1-13) foi onde Moisés feriu a rocha para obter água, desobedecendo a ordem de Deus. Isso explica por que ele não entrou na Terra Prometida (Deuteronômio 32:51-52).
Moisés falou a Javé:
“Então Javé, o Deus dos espíritos de todos os seres vivos, indique um chefe para a comunidade,
alguém que exerça a liderança, para que a comunidade de Javé não fique como rebanho sem pastor”.
Javé respondeu a Moisés: “Tome Josué, filho de Nun, homem de grandes qualidades, e imponha a mão sobre ele.
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Josué é estabelecido como sucessor de Moisés. O gesto de imposição de mãos simboliza transferência de autoridade, prática também vista em Deuteronômio 34:9.
Depois apresente-o ao sacerdote Eleazar e a toda a comunidade. Passe para Josué o cargo na presença deles,
e comunique a ele uma parte de sua própria autoridade, para que a comunidade de Israel obedeça a ele.
Então Josué se apresentará ao sacerdote Eleazar, que consultará Javé por ele, tirando a sorte por meio dos urim. Toda a comunidade, tanto Josué como os filhos de Israel, agirá conforme o oráculo”.
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O Urim era um objeto sacerdotal (Êxodo 28:30) usado para consultar a vontade divina. O método exato de funcionamento permanece desconhecido, mas era crucial para decisões coletivas.
Moisés fez o que Javé havia mandado: tomou Josué e o apresentou ao sa­cerdote Eleazar e a toda a comunidade.
Eleazar impôs sobre ele as mãos e lhe transmitiu o cargo, conforme Javé dissera por meio de Moisés.