1 Samuel 24

Davi saiu daí e foi abrigar-se nos es­conderijos de Engadi.
Quando Saul voltou da perseguição aos filisteus, foi avisado: “Davi está no deserto de Engadi”.
Saul pegou três mil homens escolhidos de to­do o Israel e foi à procura de Davi e seus homens, junto às Rochas das Cabras.
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Davi e seus seiscentos homens descobriram que o deserto de Em-gadi era um bom lugar para esconder-se devido às numerosas covas que haviam na área. O povo local utilizava estas covas como casas e tumbas. Para os homens do Davi eram lugares de refúgio. Na atualidade, ainda se podem ver estas covas. Algumas som tão grandes que podem albergar até vários milhares de pessoas.
Chegou junto a uns currais de ovelhas que estavam perto do caminho. Aí havia uma ca­verna, e Saul entrou nela para fazer suas necessidades. Davi e seus homens estavam no fundo da caverna.
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As Escrituras não narram nenhuma declaração de Deus ao Davi nem a seus homens. Estes possivelmente ofereceram sua própria interpretação de alguns sucessos prévios quando Davi foi ungido (16.13) ou pela predição do Jonatán de que Davi seria rei (23.17). Quando os homens do Davi viram entrar no Saul na cova, acreditaram erroneamente que este era um sinal de Deus para atuar.
E os companheiros de Davi lhe disseram: “Hoje é o dia em que Javé diz a você: Eu lhe entrego seu inimigo; faça com ele o que você quiser”. Davi levantou-se e cortou um pedaço da barra do manto de Saul, sem que este percebesse.
Depois de fazer isso, Davi sentiu o coração bater forte por ter cortado um pedaço da barra do manto de Saul.
Depois disse a seus homens: “Javé me livrou de fazer isso ao meu senhor, de levantar a mão contra ele, porque é o ungido de Ja­vé”.
Com essas palavras, Davi conteve seus homens e impediu que atacassem Saul.
Foi quando Davi se levantou, saiu da gruta e gritou: “Senhor, meu rei!” Saul virou-se, e Davi se inclinou até o chão e se prostrou.
Depois disse a Saul: “Por que você dá ouvidos a esses que andam dizendo que Davi lhe quer fazer mal?
Veja com seus próprios olhos: hoje mesmo Javé me entregou você dentro da caverna. Disseram-me para matá-lo, mas eu o respeitei e falei que não estenderia a mão contra o meu senhor, porque você é o ungido de Javé.
Meu pai, olhe aqui em minha mão um pedaço do seu manto; se eu lhe cortei a barra do manto e não o matei, reconheça que não sou maldoso nem traidor. Embora você me persiga para me ma­tar, eu não pequei contra você.
Que Javé seja nosso juiz. Ele poderá me vingar de você, mas contra você minha mão jamais se levantará.
Como diz o antigo provérbio: ‘Dos maus vem a maldade’. E a minha mão não se levantará contra você.
Contra quem saiu o rei de Israel? A quem está perseguindo? A um cão morto, a uma pulga!
Que Javé seja juiz entre nós e dê a sentença. Que ele veja e defenda a minha causa, livrando-me das mãos de você”.
Quando Davi terminou de falar, Saul exclamou: “É você mesmo que está falando, meu filho Davi?” E começou a gritar e chorar.
Depois disse a Davi: “Você é inocente, e eu não. Você me fez o bem, e eu lhe fiz o mal.
Hoje você me fez o maior favor, pois Javé me entregou a você, e você não me matou.
Se alguém encontra um inimigo, será que vai deixá-lo ir em paz? Que Javé lhe pague o bem que você me fez hoje.
Agora eu sei que você será rei, e que o reino de Israel se firmará em sua mão.
Pois bem! Jure-me, por Javé, que não exterminará minha descendência e não fará desaparecer o meu nome e o nome da minha família”.
Então Davi fez o juramento a Saul. Depois Saul voltou para casa, e Davi com seus homens subiram para o esconderijo.