Sabedoria 19

Mas sobre os ímpios se abateu até o fim um furor implacável, porque Deus previa também o que iriam fazer:
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A ideia de que Deus 'sabia de antemão' as ações dos egípcios levanta debates sobre predestinação vs. livre-arbítrio. Comparar com êx7:3-5, onde Deus diz que endurecerá o coração de Faraó.
que, depois de permitir que saíssem e apressá-los a partir, mudando de ideia, os perseguiriam.
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Referência à contradição dos egípcios que libertaram os hebreus e depois os perseguiram (êx14:5-9). Contexto histórico: Faraó era considerado divino, mas sua indecisão mostra fragilidade política.
De fato, enquanto estavam ainda ocupados com o luto e choravam sobre o túmulo dos mortos, tomaram uma outra decisão insensata: puseram-se a perseguir como fugitivos aqueles aos quais tinham rogado que partissem.
Arrastou-os a este extremo um merecido destino, que lançou no esquecimento o ocorrido, para que completassem a punição que ainda faltava a seus tormentos;
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O esquecimento dos egípcios sobre as pragas anteriores (como em êx8:15) pode refletir uma visão teológica: a obstinação como castigo divino, não apenas escolha humana.
enquanto vosso povo empreendia uma viagem extraordinária, eles encontrassem uma morte inaudita.
Pois toda a criação, em sua própria natureza, assumia nova forma, como no princípio, obedecendo a vossas ordens, para que vossos filhos fossem preservados de todo o mal.
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A transformação do Mar Vermelho em caminho seguro (êx14:21-22) e a nuvem protetora (êx13:21) são descritas como 'recriação' da natureza, reforçando o tema do domínio divino sobre o caos.
Apareceu a nuvem para cobrir de sombra o acampamento, e da água que antes havia, surgiu a terra seca: uma estrada livre se abriu no mar Vermelho e as ondas impetuosas deram lugar a uma planície verdejante.
Por ela passou todo o vosso povo, os protegidos de vossa mão, espectadores de prodígios estupendos.
Como cavalos conduzidos ao pasto, como cordeiros saltitantes, glorificavam a vós, Senhor, seu libertador.
Recordavam ainda os acontecimentos do exílio: como a terra, em vez de diversos tipos de animais, produziu moscas; como o rio, em vez de peixes, derramou uma multidão de rãs.
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As pragas das moscas e rãs remetem a êx8:20-24 e êx7:25–8:11. Contradição: em Êxodo, as rãs vieram antes das moscas; aqui, a ordem é invertida, possivelmente por estilo literário.
Mais tarde viram também um novo gênero de aves, quando, levados pelo apetite, pediram comidas delicadas;
e para satisfazê-los, subiram do mar codornizes.
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As codornizes são mencionadas em nm11:31, não no Êxodo. Isso sugere uma fusão de tradições ou erro histórico. A versão grega (LXX) pode ter influenciado esta passagem.

Os egípcios mais culpados que os sodomitas.

Sobre os pecadores, porém, recaíram os castigos, não sem sinais premonitórios de relâmpagos fragorosos; eles sofreram justamente por sua malícia, pois tinham manifestado ao estrangeiro um ódio profundo.
Outros não acolheram visitantes desconhecidos, mas estes reduziram a escravos hóspedes que eram seus benfeitores.
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A escravidão dos hebreus no Egito (êx1:11-14) é contrastada com leis de proteção a estrangeiros em lv19:34. A crítica aos egípcios reflete tensões pós-exílicas entre judeus e estrangeiros.
Mais ainda: haverá para os primeiros um castigo, porque receberam forasteiros com hostilidade;
mas estes, depois de tê-los festivamente acolhido, depois, quando já participavam de seus direitos, os oprimiram com trabalhos duríssimos.
Foram por isso atingidos pela cegueira, como o foram os primeiros à porta do justo, quando, envoltos em espessas trevas, cada um procurava a entrada de sua porta.
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A cegueira dos egípcios ecoa a praga das trevas (êx10:21-23). A menção à 'porta do justo' pode aludir ao sangue do êxodo (êx12:23), mas a conexão não é explícita no texto original.
Assim os elementos se combinavam de modo diferente, como na harpa a variação das notas muda a natureza do ritmo, embora conservando sempre o mesmo tom. Conclusão. É justamente isto que se pode deduzir da atenta consideração dos acontecimentos:
animais terrestres se tornavam aquáticos, os que nadavam saltavam para a terra.
Na água, o fogo aumentava seu poder água esquecia sua propriedade natural de apagá-lo.
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O fogo que não queima (êx3:2) e o maná 'como gelo' (êx16:14-15) misturam elementos simbólicos. Contradição: em Êxodo, o maná é descrito como flocos, não gelo – variação de tradições orais.
As chamas, ao contrário, não consumiam as carnes de animais tenros, que passeavam em seu meio, nem dissolviam aquela espécie de comida celeste, semelhante à geada e tão fácil de se derreter.
Em tudo, ó Senhor, engrandecestes e glorificastes vosso povo e não o descuidastes, assistindo-o em todo o tempo e lugar.