Juízes 6

Os israelitas fizeram o que desagrada a Javé, e Javé os entregou em poder dos madianitas durante sete anos.
A mão dos madianitas pesou duramente sobre Israel. Por medo deles os israelitas se serviram das grutas que existem nos montes, das cavernas e das fortificações.
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Os madianitas eram gente do deserto que descendiam da segunda esposa do Abraão, Cetura (Gen 25:1-2). Desta relação surgiu uma nação que sempre esteve em conflito com o Israel. Anos antes os israelitas, quando ainda peregrinavam no deserto, lutaram contra os madianitas e quase os destruíram completamente (Num 31:1-20). devido a que não os aniquilaram totalmente, a tribo voltou a povoar-se. Aqui estavam de novo oprimindo ao Israel.
Cada vez que os israelitas semeavam os cereais, subiam contra eles os madianitas, os amalecitas e os filhos do oriente;
acampavam defronte deles e devastavam os produtos do solo até Gaza, não deixando em Israel sustento algum: nem ovelhas, nem bois, nem jumentos.
Vinham com seus rebanhos e suas tendas, e chegavam tão numerosos como gafanhotos. Eles e seus camelos eram inumeráveis e invadiam o país para devastá-lo.
Por causa dos madianitas Israel ficou reduzido a grande miséria, e os israelitas clamaram a Javé.
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Uma vez mais o Israel tocou fundo antes de voltar-se para Deus. Quanto sofrimento se evitaram se tivessem crédulo em Deus! Voltar-se para Deus não deve ser nosso último recurso, mas sim deveríamos procurar sua ajuda todos os dias. Isto não quer dizer que sempre a vida vai ser fácil. Teremos dificuldades, mas Deus nos dará a força para as enfrentar. Não espere até estar no extremo da corda. Em cada situação clame primeiro a Deus.
Quando os israelitas clamaram a Javé por causa dos madianitas,
Javé enviou-lhes um profeta que lhes disse: “Assim fala Javé, Deus de Israel: ‘Eu vos tirei do Egito e vos fiz sair da casa da servidão.
Libertei-vos da mão dos egípcios e de todos os vossos opressores. Expulsei-os da vossa frente e vos dei a terra deles.
Eu vos disse também: Eu sou Javé, vosso Deus; não venereis os deuses dos amorreus em cuja terra habitais! Vós, porém, não obedecestes à minha voz’”.

Missão de Gedeão.

Veio o anjo de Javé e sentou-se debaixo do carvalho de Efra, que pertencia a Joás de Abiezer, quando Gedeão, seu filho, estava malhando o trigo no lagar, para escondê-lo dos madianitas.
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O Antigo Testamento registra várias aparições do anjo do Jeová: Gen 16:7; Gen 22:11; Gen 31:11. Exo 3:2; Exo 14:19; Jdg 2:1; Jdg 13:3; Zec 3:1-6. Não se sabe se for o mesmo anjo o que apareceu em cada caso. O anjo que se menciona aqui parece estar separado de Deus em um lugar (Zec 6:12) mas como o mesmo Deus em outro lugar (Zec 6:14). Isto levou a que muitos criam que o anjo foi uma aparição especial do Jesucristo prévia a sua missão na terra como o registra o Novo Testamento. Além disso é possível que como mensageiro especial de Deus, o anjo tivesse autoridade para falar Por Deus. Em qualquer dos casos, Deus enviou a um mensageiro especial para transmitir uma mensagem importante ao Gedeón.A debulha era o processo de separar os grãos de trigo da capa imprestável chamada barcia. Isto se fazia normalmente em uma área grande, freqüentemente em uma colina, onde o vento podia levá-la barcia ligeira quando o granjeiro lançava ao ar o trigo golpeado. Entretanto, se Gedeón fizesse isto, tivesse sido um branco fácil para as bandas de assaltantes que invadiam a terra. portanto, viu-se forçado a debulhar seu trigo em um lagar, um fossa que provavelmente se encontrava oculto e no que não se suspeitaria que guardava a colheita um granjeiro.
O anjo de Javé apareceu-lhe e disse: “Javé está contigo, valente guerreiro!”
Gedeão respondeu: “Por favor, meu senhor, se Javé está conosco, por que nos aconteceu tudo isso? Onde estão todos os prodígios que nossos pais nos contaram, dizendo: ‘Javé não nos tirou do Egito?’ Mas agora Javé nos abandonou e nos entregou nas mãos dos madianitas”.
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Gedeón perguntou a Deus a respeito dos problemas aos que se enfrentavam ele e sua nação e a respeito da aparente falta de ajuda por parte do. O que ele não sabia era que o povo tinha trazido calamidades sobre si quando decidiu desobedecer e rechaçar a Deus. Quão fácil é passar por cima nossas responsabilidades e culpar a Deus e a outros por nossos problemas. Infelizmente, isto não resolve nossa situação. Não nos aproxima de Deus, mas sim nos leva a bordo da rebelião e a reincidência.Quando surgem os problemas, o primeiro lugar onde devemos olhar é dentro de nós. Nossa primeira ação deveria ser a confissão a Deus de quão pecados tenham podido criar os problemas.
Javé voltou-se para ele e disse: “Vai com esta tua força. Tu livrarás Israel das mãos dos madianitas. Não sou eu que te envio?”
Respondeu Gedeão: “Por favor, meu senhor, como poderei salvar Israel? Minha família é a mais humilde de Manassés, e eu sou o menor na casa de meu pai”.
Disse-lhe Javé: “Eu estarei contigo, e tu derrotarás os madianitas como se fossem um só homem”.
Gedeão lhe disse: “Se encontrei graça a vossos olhos, dai-me um sinal de que sois vós que falais comigo.
Peço-vos que não vos afasteis daqui até que eu volte a vós, traga minha oferenda e a coloque a vossa frente”. Ele respondeu: “Ficarei até voltares”.
Gedeão foi, preparou um cabrito e, com um efá de farinha, fez pães ázimos; pôs a carne num cesto e o caldo numa panela, levou-os para debaixo do carvalho e os apresentou
ao anjo de Javé, que lhe disse: “Toma a carne e os pães ázimos, coloca-os sobre esta pedra e derrama o caldo por cima”. Ele assim o fez.
Então o anjo de Javé estendeu a vara que tinha na mão e tocou a carne e os pães ázimos. Da rocha saiu um fogo que consumiu a carne e os pães ázimos; e o anjo de Javé desapareceu de sua vista.
Gedeão percebeu que era o anjo de Javé e exclamou: “Ai de mim, Senhor Javé! Pois vi o anjo de Javé face a face!”
Javé lhe disse: “A paz esteja contigo! Não temas, não morrerás”.
Gedeão ergueu ali um altar e chamou-o “Javé é paz”; ele existe até o dia de hoje em Efra de Abiezer.

Gedeão destrói o altar de Baal.

Naquela mesma noite Javé disse a Gedeão: “Toma o touro de teu pai, o segundo touro de sete anos; destrói o altar de Baal que pertence a teu pai e derruba o tronco idolátrico que está perto dele.
Edifica um altar a Javé, teu Deus, no alto desta rocha, em lugar conveniente; toma depois o segundo touro e oferece-o em holocausto sobre a lenha do tronco idolátrico que vais derrubar”.
Gedeão tomou consigo dez homens dentre seus servos e fez como Javé lhe ordenara; mas, por medo da família de seu pai e do povo da cidade, não o fez de dia, mas sim de noite.
Na manhã seguinte, quando os habitantes da cidade se levantaram, viram que estava destruído o altar de Baal, derrubado o tronco idolátrico que ficava perto dele e que o segundo touro tinha sido imolado sobre o altar recém-construído.
Perguntaram-se uns aos outros: “Quem fez isto?” Depois de indagar e procurar, disseram: “Foi Gedeão, filho de Joás, que fez isto”.
Então a gente da cidade disse a Joás: “Traze para fora teu filho para que seja morto, pois destruiu o altar de Baal e cortou o tronco sagrado que ficava perto dele”.
Mas Joás respondeu a todos os que se puseram contra ele: “Quereis ser os defensores da causa de Baal? Quereis vir em seu auxílio? Quem lutar por Baal será morto antes do amanhecer. Se ele é deus, defenda ele mesmo sua causa, porque foi demolido seu altar”.
Naquele dia deram a Gedeão o nome de Jerobaal, porque se dizia: “Que Baal se defenda contra ele, porque demoliu seu altar”.

Invasão dos madianitas. Prodígio do velo.

Todos os madianitas, os amalecitas e os filhos do oriente se aliaram, atravessaram o Jordão e acamparam na planície de Jezrael.
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Os exércitos do Madián e Amalec acamparam no vale do Jezreel, o centro agrícola da área. Quem quer que controlasse a terra rica e fértil do vale, controlava ao povo que vivia nele e o rodeava. devido a seus vastos recursos, muitas das principais rotas de comércio convergiam no passo que levava até o vale. Isto fez que o vale do Jezreel fora o sítio de muitas batalhas. Os homens do Gedeón atacaram aos exércitos inimigos das colinas, e a única rota de escapamento era através do passo para o rio Jordão. Esta é a razão de que Gedeón urgisse a algumas de suas tropas para que tomassem o controle dos vaus do rio (7.24).
Então o espírito de Javé revestiu Gedeão, que tocou a trombeta, e o clã de Abiezer foi convocado a segui-lo.
Enviou mensageiros a todo o Manassés, que também foi convocado a segui-lo. Mandou mensageiros às tribos de Aser, Zabulon e Neftali, que igualmente subiram a seu encontro.
Gedeão disse a Deus: “Se realmente quereis salvar Israel por meu intermédio, como dissestes,
eu porei um velo de lã na eira; se somente o velo se cobrir de orvalho, ficando seco todo o terreno, saberei que libertareis Israel por meu intermédio, como dissestes”.
E assim aconteceu: na manhã seguinte levantou-se, apertou o velo, e com o orvalho que espremeu dele encheu uma bacia.
Gedeão disse ainda a Deus: “Não vos irriteis contra mim se vos falo mais uma única vez. Permiti, por favor, que eu faça mais uma vez a prova do velo: que somente o velo fique enxuto e haja orvalho no terreno todo”.
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depois de ver o milagre do velo úmido, por que pediu Gedeón outro milagre? Possivelmente pensou que o resultado da primeira prova podia ter acontecido em forma natural. Um velo grande de lã podia reter umidade muito tempo depois de que o sol tivesse secado a terra que o rodeava. O "colocar velos" é um método deficiente para tomar decisões. Aqueles que o fazem põem limitações a Deus. Pedem-lhe que encha suas expectativas. Os resultados de tais experimentos ficam pelo comum inconclusos e por ende nos fazem mais desconfiados a respeito de nossas decisões. Não permita que um "velo" se volte um substituto para a sabedoria de Deus que provém através do estudo da Bíblia e da oração.
E Deus assim fez naquela noite: somente o velo ficou enxuto e sobre o terreno todo havia orvalho.