Eclesiastes 1
Que proveito tira o homem de todo o seu trabalho com que se afadiga debaixo do sol?
Uma geração passa e uma geração vem, mas a terra sempre permanece.
O sol se levanta e o sol se põe, e se apressa rumo ao lugar de onde nascerá de novo.
O vento sopra para o sul, depois muda para o norte, gira e torna a girar para recomeçar os mesmos giros.
Todos os rios correm para o mar, mas o mar nunca se enche; para o lugar de onde os rios vêm lá eles voltam novamente.
Todas as coisas exigem fadiga, e ninguém é capaz de explicá-las. O olho nunca se farta de ver e nunca o ouvido se sacia de ouvir.
O que foi é o que será, e o que se fez é o que se tornará a fazer; nada há de novo debaixo do sol.
Há talvez alguma coisa de que se possa dizer: “Olha, isto é novidade”? Já existia nos séculos que nos precederam.
Não resta lembrança das coisas passadas, e nem das que acontecerão se conservará memória entre os que virão depois.
Vaidade da ciência.
Eu, Coélet, fui rei de Israel em Jerusalém.
Eu me propus pesquisar e investigar com sabedoria tudo o que se faz debaixo do céu. Esta é uma ocupação penosa que Deus impôs aos homens, para que a ela se apliquem.
Vi todas as coisas que se fazem debaixo do sol: tudo é vaidade e correr atrás do vento.
O que é torto não se pode endireitar e o que falta não se pode calcular.
Eu pensava e dizia comigo mesmo: “Alcancei uma sabedoria superior e mais vasta do que a que tiveram os que reinaram antes de mim em Jerusalém, e minha mente adquiriu muita sabedoria e muita ciência”.
Decidi então conhecer a sabedoria e a ciência, como também a insensatez e a loucura; e compreendi que também isto é correr atrás do vento,
porque muita sabedoria, muita aflição; quem aumenta o saber aumenta a dor.