2 Samuel 6

Davi tornou a reunir todos os homens escolhidos* de Israel, em número de trinta mil.
Ele pôs-se a caminho e foi para Baala de Judá com toda a gente reunida em torno dele, para transportar de lá a arca de Deus, sobre a qual é invocado o Nome, o nome de Javé dos exércitos que se assenta sobre os querubins.
Puseram a arca de Deus num carro novo e a levaram da casa de Abinadab, situada na colina. Oza e Aio, filhos de Abinadab, guiavam o carro novo.
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O arca do pacto era o tesouro nacional do Israel. Este objeto extremamente sagrado na terra se guardava pelo general no tabernáculo. Quando o arca foi retornada ao Israel depois de um breve cativeiro em Filistéia (1 Smamuel 4.1-7.2), foi guardada na casa do Abinadab durante vinte anos. Davi viu quanto foi bento Abinadab, e quis trazer o arca a Jerusalém para que a nação inteira fora benta. (Vejam-nas notas a Exo 37:1 e Jos 3:2-4 para uma maior informação sobre o arca.)
Oza caminhava ao lado da arca de Deus e Aio caminhava diante dela.
Davi e toda a casa de Israel se alegravam diante de Javé com todo tipo de instrumentos de madeira de cipreste: cítaras, harpas, tamborins, pandeiros e címbalos.
Quando chegaram à eira de Nacon, Oza estendeu a mão para a arca de Deus e segurou-a, porque os bois tropeçaram.
Então acendeu-se a ira de Javé contra Oza, e Deus o feriu ali mesmo por aquela temeridade, e ele caiu morto ali, perto da arca de Deus.
Davi entristeceu-se porque Javé abriu uma brecha no povo, ferindo Oza, e aquele lugar foi chamado “Farés-Oza”, nome que traz ainda hoje.
Naquele dia Davi teve medo de Javé e disse: “Como poderá vir para junto de mim a arca de Javé?”
Assim Davi não quis levar a arca de Javé para junto de si, para a Cidade de Davi, mas mandou que a levassem para a casa de Obed-Edom, de Gat.
A arca de Javé permaneceu na casa de Obed-Edom, de Gat, durante três meses, e Javé abençoou Obed-Edom e toda a sua família.
Foi contado ao rei Davi que Javé estava abençoando a família de Obed-Edom e todas as suas coisas por causa da arca de Deus. Então Davi foi lá e transportou com alegria a arca de Deus da casa de Obed-Edom para a Cidade de Davi.
Quando os carregadores da arca de Javé deram os seis primeiros passos, ele imolou um touro e um bezerro cevado.
Davi dançava com todas as suas forças diante de Javé. Estava vestido com um efod de linho.
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Davi usou um efod de linho, um avental sacerdotal, talvez porque se tratava de uma celebração religiosa.
Assim Davi e toda a casa de Israel transladaram a arca de Javé com júbilo e ao som de trombetas.
Quando a arca de Javé entrou na Cidade de Davi, Micol, filha de Saul, olhou pela janela e, vendo o rei Davi que pulava e dançava diante de Javé, desprezou-o em seu coração.
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Mical foi a primeira esposa do Davi, mas aqui simplesmente lhe chama a filha do Saul, possivelmente para mostrar quão similar era sua atitude a de seu pai. Seu desdém pelo Davi provavelmente não começou com a grande entrada que fez Davi à cidade. Possivelmente pensou que era indigno preocupar-se tanto com um culto público em um momento que não tinha importância no reino. Ou possivelmente pensou que não era digno de um rei mostrar tal emoção. Ela pôde haver-se ressentido com o Davi por ter tido que retornar com ele, e deixar ao Palti (veja-a nota a 3.13, 14). Seja qual for a razão, este desdém que sentiu para seu marido se converteu em uma difícil confrontação, e Mical acabou sendo estéril pelo resto de sua vida. Os sentimentos de amargura e ressentimento se não os controla destruirão uma relação. Devem ser tratados antes de que se convertam em uma guerra aberta.
Conduziram, pois, a arca de Javé e a colocaram em seu lugar, na tenda que Davi havia armado para ela. Davi ofereceu holocaustos e sacrifícios de comunhão diante de Javé.
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Só um sacerdote podia colocar os sacrifícios no altar. Lev 1:2-13 parece indicar que qualquer que estivesse ceremonialmente limpo poderia assistir a um sacerdote ao oferecer um sacrifício (vejam-nas notas a Jos 3:5; 1Sa 20:26). portanto Davi possivelmente ofereceu estes sacrifícios a Deus com a ajuda de um sacerdote. Salomão fez o mesmo (1Ki 8:62-65).
Quando Davi acabou de oferecer os holocaustos e os sacrifícios de comunhão, abençoou o povo em nome de Javé dos exércitos.
Distribuiu a todo o povo, isto é, a toda a multidão dos israelitas, homens e mulheres, um bolo, um pedaço de carne e uma torta de uva passa para cada um. Depois todo o povo se retirou, cada qual para sua casa.
Quando Davi voltou para abençoar sua família, Micol, filha de Saul, saiu-lhe ao encontro e disse: “Como se cobriu de honra hoje o rei de Israel, desnudando-se à vista das escravas de seus servos, como se despojaria sem pudor um homem qualquer!”
Respondeu Davi a Micol: “É diante de Javé, que me escolheu de preferência a teu pai e a toda a sua casa, constituindo-me príncipe de Israel, povo de Javé; é diante de Javé que tenho festejado
e ainda me tornarei mais vil que desta vez. Serei desprezível a teus olhos, mas pelas escravas de que falaste, por elas serei honrado”.
E Micol, filha de Saul, não teve filhos até o dia de sua morte.