Marcos 1
3Uma voz clama no deserto: Traçai o caminho do Senhor, aplanai as suas veredas ( Ml 3,1 ; Is 40,3 ).
5E saíam para ir ter com ele toda a Judeia, toda Jerusalém, e eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados.
6João andava vestido de pêlo de camelo e trazia um cinto de couro em volta dos rins, e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre.
7Ele pôs-se a proclamar: “Depois de mim vem outro mais poderoso do que eu, ante o qual não sou digno de me prostrar para desatar-lhe a correia do calçado.
10No momento em que Jesus saía da água, João viu os céus abertos e descer o Espírito em forma de pomba sobre ele.
11E ouviu-se dos céus uma voz: “Tu és o meu Filho muito amado; em ti ponho minha afeição”.
12E logo o Espírito o impeliu para o deserto.
13Aí esteve quarenta dias. Foi tentado pelo demônio e esteve em companhia dos animais selvagens. E os anjos o serviam.
14Depois que João foi preso, Jesus dirigiu-se para a Galileia. Pregava o Evangelho de Deus, e dizia:
15“Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho”.
16Passando ao longo do mar da Galileia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores.
17Jesus disse-lhes: “Vinde após mim; eu vos farei pescadores de homens”.
18Eles, no mesmo instante, deixaram as redes e seguiram-no.
19Uns poucos passos mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam numa barca, consertando as redes. E chamou-os logo.
20Eles deixaram na barca seu pai Zebedeu com os empregados e o seguiram. (= Lc 4,31-44 )
22Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas.*
24“Que tens tu conosco, Jesus de Nazaré? Vieste perder-nos? Sei quem és: o Santo de Deus!”.*
25Mas Jesus intimou-o, dizendo: “Cala-te, sai deste homem!”.
26O espírito imundo agitou-o violentamente e, dando um grande grito, saiu.
27Ficaram todos tão admirados, que perguntavam uns aos outros: “Que é isto? Eis um ensinamento novo, e feito com autoridade; além disso, ele manda até nos espíritos imundos e lhe obedecem!”.
28A sua fama divulgou-se logo por todos os arredores da Galileia.
29Assim que saíram da sinagoga, dirigiram-se com Tiago e João à casa de Simão e André.
30A sogra de Simão estava de cama, com febre; e, sem tardar, falaram-lhe a respeito dela.
31Aproximando-se ele, tomou-a pela mão e levantou-a; imediatamente a febre a deixou e ela pôs-se a servi-los.
32À tarde, depois do pôr do sol, levaram-lhe todos os enfermos e possessos do demônio.
33Toda a cidade estava reunida diante da porta.
34Ele curou muitos que estavam oprimidos de diversas doenças, e expulsou muitos demônios. Não lhes permitia falar, porque o conheciam.
35De manhã, tendo-se levantado muito antes do amanhecer, ele saiu e foi para um lugar deserto, e ali se pôs em oração.
36Simão e os seus companheiros saíram a procurá-lo.
37Encontraram-no e disseram-lhe: “Todos te procuram”.
38E ele respondeu-lhes: “Vamos às aldeias vizinhas, para que eu pregue também lá, pois, para isso é que vim”.
39Ele retirou-se dali, pregando em todas as sinagogas e por toda a Galileia, e expulsando os demônios. (= Mt 8,2-4 = Lc 5,12-16 )
40Aproximou-se dele um leproso, suplicando-lhe de joelhos: “Se queres, podes limpar-me”.
41Jesus compadeceu-se dele, estendeu a mão, tocou-o e lhe disse: “Eu quero, sê curado”.
42E imediatamente desapareceu dele a lepra e foi purificado.
43Jesus o despediu em seguida, com esta severa admoestação:
44“Vê que não o digas a ninguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote e apresenta, pela tua purificação, a oferenda prescrita por Moisés para lhe servir de testemunho”.*
45Este homem, porém, logo que se foi, começou a propagar e divulgar o acontecido, de modo que Jesus não podia entrar publicamente em uma cidade. Conservava-se fora, nos lugares despovoados; e de toda parte vinham ter com ele. (= Mt 9,1-8 = Lc 5,17-26 )