Salmos 116

Amo ao SENHOR, porque ele ouviu a minha voz e a minha súplica.
Porque inclinou a mim os seus ouvidos; portanto, o invocarei enquanto viver.
Os cordéis da morte me cercaram, e angústias do inferno se apoderaram de mim; encontrei aperto e tristeza.
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A expressão 'angústias do inferno' usa 'inferno' (hebr. _sheol_), termo que designa o mundo dos mortos, não o conceito cristão de inferno. Reflete uma visão antiga do pós-morte como lugar sombrio e neutro.
Então invoquei o nome do Senhor, dizendo: Ó Senhor, livra a minha alma.
Piedoso é o Senhor e justo; o nosso Deus tem misericórdia.
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A afirmação sobre a misericórdia de Deus ecoa Êxodo 34:6-7, texto fundamental sobre o caráter divino no AT. A justiça e piedade são atributos recorrentes nos Salmos.
O Senhor guarda aos símplices; fui abatido, mas ele me livrou.
Volta, minha alma, para o teu repouso, pois o Senhor te fez bem.
Porque tu livraste a minha alma da morte, os meus olhos das lágrimas, e os meus pés da queda.
Andarei perante a face do Senhor na terra dos viventes.
Cri, por isso falei. Estive muito aflito.
Dizia na minha pressa: Todos os homens são mentirosos.
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A declaração 'todos os homens são mentirosos' é hiperbólica, comum na poesia hebraica para expressar desespero. Paulo cita este verso em Romanos 3:4, adaptando-o para contrastar a fidelidade divina com a falha humana.
Que darei eu ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito?
Tomarei o cálice da salvação, e invocarei o nome do Senhor.
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O 'cálice da salvação' pode referir-se às libações de vinho no Templo (Nm 28:7). Cristãos interpretam como prefiguração do cálice eucarístico (Mt 26:27-28), embora seja anacrônico ao contexto original.
Pagarei os meus votos ao Senhor, agora, na presença de todo o seu povo.
Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos.
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A morte dos santos como 'preciosa' gera debate: alguns veem como valorização divina da vida fiel, outros como proteção contra morte prematura. No NT, foi associado ao martírio cristão (Ap 6:9-11).
Ó Senhor, deveras sou teu servo; sou teu servo, filho da tua serva; soltaste as minhas ataduras.
Oferecer-te-ei sacrifícios de louvor, e invocarei o nome do Senhor.
Pagarei os meus votos ao Senhor, na presença de todo o meu povo,
Nos átrios da casa do Senhor, no meio de ti, ó Jerusalém. Louvai ao Senhor.
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Os 'átrios da casa do Senhor' referem-se ao Templo de Jerusalém. Arqueologia confirma a existência de grandes pátios no Segundo Templo (séc. VI a.C - I d.C), como descrito em fontes históricas (Flávio Josefo) e restos do Monte do Templo.