Gênesis

Autoria e Data de Composição

O livro de Gênesis, assim como os outros livros do Pentateuco, é tradicionalmente atribuído a Moisés. De acordo com essa tradição, Gênesis teria sido escrito durante o período do êxodo dos israelitas do Egito, o que coloca a data de composição em torno do século 15 a.C. ou 13 a.C., dependendo da cronologia que se adote para o êxodo.

No entanto, a data exata de composição de Gênesis é incerta e debatida entre os estudiosos. Alguns argumentam que Gênesis, assim como o restante do Pentateuco, pode ter sido compilado a partir de várias fontes e tradições orais anteriores durante o período do exílio babilônico (século 6 a.C.) ou mesmo antes. Assim, enquanto a tradição atribui a autoria a Moisés, a composição final do texto pode ter ocorrido ao longo de um período prolongado, incorporando tradições mais antigas que remontam a séculos anteriores.

Manuscritos

Data: Cerca de 150 a.C a 70 d.C.

Fragmentos de Gênesis foram encontrados entre os Manuscritos do Mar Morto, especialmente nas cavernas de Qumran. Os fragmentos incluem partes significativas do texto de Gênesis e estão escritos em hebraico. Esses manuscritos são importantes porque nos oferecem uma visão do texto bíblico que é muito próximo do original masmético, o texto hebraico tradicional.

Eventos do Livro

Adão e Eva

• Criação do mundo —

  (Gn 1:1)

• Criação de Adão —

  (Gn 2:7)

• Criação de Eva —

  (Gn 2:22)

• Expulsão de Adão e Eva do Jardim do Éden —

  (Gn 3:23)

• Caim e Abel (primeiro homicídio) —

  (Gn 4:1)

Noé

• Corrupção da humanidade e anúncio do dilúvio —

  (Gn 6:1)

• A construção da arca por Noé —

  (Gn 6:14)

• O dilúvio —

  (Gn 7:6)

• Aliança de Deus com Noé —

  (Gn 9:1)

• A maldição de Canaã (filho de Cam) —

  (Gn 9:25)

• A Torre de Babel e a dispersão das nações —

  (Gn 11:1)

Abraão



• Chamado de Abraão (Abrão) —

  (Gn 12:1)

• Abraão no Egito —

  (Gn 12:10)

• Separação de Abraão e Ló —

  (Gn 13:5)

• Aliança de Deus com Abraão —

  (Gn 15:1)

• Nascimento de Ismael —

  (Gn 16:15)

• Aliança da circuncisão com Abraão —

  (Gn 17:9)

• Destruição de Sodoma e Gomorra —

  (Gn 19:24)

• Nascimento de Isaque —

  (Gn 21:1)

• Sacrifício de Isaque —

  (Gn 22:1)

• Casamento de Isaque e Rebeca —

  (Gn 24:1)

Jacó e Esaú

• Nascimento de Esaú e Jacó (filhos de Isaque) —

  (Gn 25:24)

• Jacó rouba a bênção de Esaú —

  (Gn 27:1)

• Jacó sonha com uma escada para o céu —

  (Gn 28:12)

• Jacó se casa com Raquel e Lia —

  (Gn 29:21)

• Nascimento dos filhos de Jacó (doze tribos de Israel) —

  (Gn 29:32)

• Jacó luta com o anjo (e é renomeado Israel) —

  (Gn 32:24)

José

• José é vendido pelos irmãos como escravo —

  (Gn 37:28)

• José no Egito (interpretação de sonhos e ascensão) —

  (Gn 41:1)

• Reunião de José com seus irmãos e reconciliação —

  (Gn 45:1)

• A família de Jacó se muda para o Egito —

  (Gn 46:1)

• Morte de Jacó —

  (Gn 49:33)

Comprovações Cientificas

Origem do Universo

Desenvolvimento da Vida

O desenvolvimento da vida também gera muito debate. A descoberta da Eva Mitocondrial reforça a ideia de uma ancestral (mãe) comum de onde todos os seres humanos descendem. Toda mulher passa sua mitocôndria para suas filhas (filhos homens não recebem). Embora não se possa afirmar que não exista descendentes de outras mulheres, até hoje não foi encontrado outra ancestral.

História e Arqueologia

Alguns estudiosos buscam evidências arqueológicas que possam corroborar a existência dos patriarcas (Abraão, Isaque, Jacó). Até o momento, a arqueologia não encontrou provas conclusivas de figuras específicas mencionadas em Gênesis, como Abraão, mas alguns nomes e práticas descritas no texto são consistentes com o período e a região descritos.

Certas cidades mencionadas em Gênesis, como Ur e Harã, são historicamente verificáveis, o que dá um certo contexto ao texto bíblico. Contudo, a arqueologia não provê uma confirmação direta dos eventos narrados em Gênesis.

Antigos Registros e Tradições

Algumas histórias em Gênesis, como o relato do dilúvio e a criação, têm paralelos em antigas tradições mesopotâmicas, como o Épico de Gilgamesh e o Enuma Elish. Essas correspondências são vistas por alguns estudiosos como evidências de uma origem comum dessas histórias, o que pode refletir eventos ou crenças antigas compartilhadas.